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29 de nov. de 2009


Tô afastado.
Faz tempo que não escrevo.
É que sei lá, quando as coisas se tornam sempre as mesmas, quando nada é dinâmico, a gente também fica na mesma, fica sem ter o que falar e acaba vivendo por viver.

Mas às vezes, algumas coisas mudam a rotina e acabam trazendo um certo dinamismo ao que antes era estático.

E quando é a hora, a gente põe pra fora.





Tem dias em que a gente acorda, mas não quer se levantar.
Tem dias em que o despertador nos tira de um sonho bom, então, mesmo sem sono, a gente continua deitado, olhando pro teto e esperando uma ligação, um sinal, uma frase do tipo "não foi só sonho". Mas como de costume, o sinal não vem.

E essa espera - a espera por algo que você sabe que não virá - alimenta os sonhos, dá chance para o crescimento de novas esperanças e a cabeça volta para um mundo que não existe - e talvez nunca existiu-.
Isso tudo vai se tornando uma enorme torre de cartas de baralho, pois quando algo cai, cai tudo, cai de vez.

Mas quando o costume vem, a rotina volta. Pois quando o sofrimento é constante, o corpo deixa de sentir a dor.






Não existe explicação pra tudo e, ainda assim, estamos constantemente procurando explicações,
como o por que de bocejarmos quando vemos outra pessoa bocejando, ou o por que de não conseguir espirrar de olhos abertos.

O por que de viver a procura de alguém, sendo que a pessoa mais perfeita está ai ao seu lado, está batendo em sua porta, está implorando por um simples "me dê uma chance e eu farei tudo pra te manter aqui comigo" - e enquanto implora a oportunidade, sofre convivendo com esse alguém que ama, notando sua presença e vendo a pessoa cantando canções para outro, canções que um dia foram dele -.

É quando essa procura se torna viciosa, que outras pessoas entram no círculo do sofrimento. É como uma bola de neve, que vai rolando, aumentando, até se transformar numa avalanche.
Isso pois, ao procurar um jeito de pelo menos amenizar o sofrimento, a busca desenfreada por cura de carência vai matando aos pouquinhos os alvos, que se tornam nada além de alvos.

E é por isso que quando alguém muda, não é por que essa pessoa se tornou anti-social ou homossexual.
Na verdade, essa pessoa é ainda mais humana, é a pessoa mais correta.
Ela muda, pra se machucar sozinha. Muda, pra não gerar sofrimento alheio.
Na verdade, sua maior vontade é de poder voltar a sorrir por motivos bobos, de cantarolar canções típicas de botecos. Vontade de ter alguém pra chamar de seu.

Ainda assim, os sonhos, as palavras num papelzinho sujo, os acordes num violão desafinado e as perguntas retóricas continuam a fazer parte do cotidiano - como sempre foi, como continuará sendo por um bom tempo -.

Pois, pra quem sente algo que deveria ser explorado - por ser verdadeiro e sincero - os sonhos são feitos pra se sonhar, mesmo que sejam só sonhos. Quando se deita chorando, se acorda feliz ao ganhar um beijo em sonho.



"But you are so busy changing the world
Just one smile could change all of mine"




We used to share the same soul.

Angel - Jack Johnson.





Confesso que já fui melhor, tá na hora de aposentar minha carreira de escritor. Assim como outras coisas mais, ela nunca me trouxe nada de bom.

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